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Arquitetos: Matteo Thun & Partners
- Área: 39000 m²
- Ano: 2009
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Fotografias:Matteo Danesin, Daniele Domenicali
Descrição enviada pela equipe de projeto. A transformação da Via Tortona, iniciada pelo empresário Alessandro Cajrati Crivelli na década de 1990, está sendo continuada, revelando todo o seu potencial para a revitalização e reinterpretando um dos locais urbanos mais interessantes da cidade. O projeto Tortona 37, de Matteo Thun & Partners, é parte deste processo saudável de reaproveitamento da terra, fortalecendo-a por meio de arquiteturas de baixo impacto ambiental. Um projeto de edifício que resgata uma antiga planta industrial, com 25 mil metros quadrados (que pertencia à General Electric) e seu restauro por meio da tecnologia com eficiência energética de ponta. Tortona 37 é um complexo arquitetônico de uso misto composto por cinco edifícios e um pátio em torno de um jardim arborizado. Cada edifício retangular possui 6 pavimentos, permitindo dupla orientação nos apartamentos. Estes possuem pés direitos duplos (7 m), conformando espaços abertos com um mezanino interno de grande versatilidade funcional, onde os moradores inserem salas de exposição, laboratórios, estúdios profissionais, lojas, escritórios, entre outros usos. Os espaços internos altamente flexíveis também asseguram sustentabilidade ao longo do tempo. Uma treliça branca em balanço sobre os quadros de fachada enquadra as largas esquadrias de todo o volume, que culmina na cobertura com um grande terraço, como uma autêntica praça urbana com amplas vistas a todo o horizonte.
Cada característica de projeto visa alcançar a máxima eficiência energética, coordenando habilmente o projeto arquitetônico com a engenharia: desde o sistema de ar condicionado que trabalha com a energia geotérmica, até a utilização de painéis radiantes nos interiores e o cuidadoso estudo realizado para a envoltória externa.
A fachada de vidro, incorporada em um sistema de cortinas externas, é altamente eficiente na redução do impacto da insolação (até 87%) para evitar que os interiores superaqueçam durante o verão. Uma filtragem de insolação adicional é feita pelas persianas de madeira (utilizada sem revestimento) sobre os caixilhos das esquadrias e nas grandes janelas protuberantes, de modo que sua imagem evolua naturalmente ao longo do tempo.
A exploração geotérmica é um princípio de ponta na eco-sustentabilidade, ainda não sendo usado com muita freqüência na Itália, mas reconhecido por proporcionar benefícios ambientais definitivos. Em primeiro lugar, a geotermia é uma fonte livre de energia. A água subterrânea de Milão está sempre disponível a uma temperatura constante, mais quente do que o ar externo no inverno, e mais fria do que a superfície no verão: um ponto de partida altamente benéfico do ponto de vista energético.
O projeto 37 Tortona explora a energia geotérmica para gerar água quente e fria (até mesmo simultaneamente), por meio de bombas de calor polivalentes, configurando-se como um dos sistemas mais eficientes atualmente disponíveis, com baixo impactos ambientais.
Quatro cavidades extraem a água subterrânea em uma temperatura entre 14 °C e 16 °C, dependendo da época do ano. A água é transportada a um tanque de captação e a outro, de decantação, para, em seguida, ser fornecida a cada uma das unidades por meio de bombas de calor.
O projeto utiliza um sistema misto de ar condicionado e painéis radiantes de teto para climatização dos interiores. Os painéis de teto radiante utilizados no complexo são os complementos ideais para as bombas de calor à base de água, criando um sistema eficiente da energia. Os painéis são abastecidos pela "baixa temperatura quente" de água no inverno e de "alta temperatura fria" da água no verão, apenas exigindo uma quantidade mínima de energia para operar em certos momentos do ano. Além disso, a temperatura ambiente é controlada por meio da irradiação, com nenhum ruído ou correntes de ar, garantindo o máximo conforto nas áreas ocupadas por pessoas. O ar condicionado primário é fornecido por unidades de processamento, equipados com baterias de pré-processamento. Comparado aos sistemas convencionais, os principais benefícios são a alta eficiência energética, emissões zero no local da instalação, silêncio durante o funcionamento e nenhum impacto na paisagem.